Aos oitenta e dois anos, alquebrado e doente, Miguel Ângelo ainda não tinha abandonado as obras de S. Pedro. A morte tinha ceifado já a maior parte dos seus amigos e inimigos. Ele continuava a viver, só com as suas sombras e com as figuras a que tinha dado vida. Porque cada uma foi urna etapa da sua longa carreira, desde o Fauno que atraiu as atenções do Magnífico à Conversão de São Paulo que a terna amizade da velhice por Vitoria Collona inspirou.
A vida não lhe negou nada do que aos génios costuma dar: protetores como Lourenço de Médicis, Soderini, Aldovrandi, os Papas da Renascença; competidores como Leonardo da Vinci e Rafael; projetos gigantescos para a sua ânsia do colossal. A própria época, marcada pela redescoberta de valores adormecidos, pela desorientação das consciências e agitação das coisas públicas, foi a fonte de inspiração e o estímulo deste homem que vasou os valores eternos em formas novas e cuja obra continua a ofuscar através dos séculos.
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